Porque hoje é dia do amigo [3]
Aos amores que transmutei em amizade
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Eu aprendi muito cedo uma coisa que eu acho um tanto difícil. Mas eu aprendi. Eu venho aprendendo. Quando eu tinha 15 anos eu me apaixonei por uma pessoa e não foi uma paixão pequenininha não. Como tudo o que eu sinto veio feroz, avassaladora, como um furacão... porque, felizmente ou infelizmente, é assim que eu sinto as coisas. Mas aí que não é que faltava amor da parte dele. Tinha amor sem paixão... tinha amizade... tinha afeto e cumplicidade... e eu precisava escolher se aceitava o que ele tinha ali prá oferecer ou seguir caminho na distância. Eu achei então que aceitar o tipo de amor que ele podia dar era também um jeito de amá-lo. E daí foi transmutar paixão em qualquer outra coisa que coubesse ali para os dois. E demorou. Demorou anos. Muitos. Mas quando eu vi a gente tava na vida um do outro há um tempão e o que sobrou foi amizade, afeto e cumplicidade. Era o que importava. Paixão a gente encontra mais fácil. Tá. Não tão fácil. Mas a gente encontra. Hora ou outra a gente encontra. Amizade é um pouquinho mais difícil. Desde então eu tenho transmutado paixão em amizade com certo sucesso. Eu sou amiga de praticamente todas as minhas grandes paixões. Tá que não foram tantas. Mas das pequenas paixões também. Sentamos juntos na mesa do bar... eu vibro com a felicidade deles.. e sei que eles vibram com a minha.. viajamos juntos.. frequentamos as casas uns dos outros.. partilhamos a vida de uma forma ou de outra... cada um na sua frequência e na sua intensidade, como deve ser. Com esses amigos-amores, aprendi sobre tolerância, paciência e sobre se conectar com o que realmente importa. Sigo tendo que transmutar paixões avassaladoras (esse tsunami sentimental que sou) em amizades leais e harmônicas. Se pá eu tenho sorte com quem resolvo investir amor. Mas de uma coisa eu tenho certeza... só alimento paixão com quem tem amizade prá oferecer... porque no fim.. é o que fica...
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