Racunhos bobos sobre um fim de semana de caos e camomilas

Camomila 1.
Domingo. Paraty, RJ. Saí da casa onde estávamos um pouco ansiosa, como sempre. Esqueço o clelular. Não sou uma pessoa que entra em pânico quando o mundo virtual fica inalcansável... na verdade, certas vezes, até gosto. Me conecto mais ao mundo real. E tenho uma desculpa relevante para não responder as mensagens (que normalmente já não respondo mesmo). Mas domingo tinha maracatu... e eu não sabia onde era e nem o horário. Minha comunicação era via instagram com João, um dos integrantes do grupo. Pensei em voltar prá casa para pegar o celular e garantir que encontraria o baque. Resolvi não voltar. Respira e segue o baile. É minha especialidade, afinal. Pouco antes das 18 horas. Fotografia pelas vielas... prá aproveitar a luz. Ele. Minha máquina havia quebrado no dia anterior. Uma tristeza. Mas isso faz parte do caos. Anedota pr'uma outra hora. Eu, ainda ansiosa, pensando em como iria encontrar aquelas pessoas que eu nunca havia visto na vida. Eis que no meio da tardinha escura, brota um homem com uma alfaia nas costas. João.. tenho certeza! Sem pestanejar fui lá falar com ele. O próprio. Entre cumprimentos e explicações, poucos minutos depois estava eu lá, na Rua da Lapa, cercada de bombos, agbes, caixas, agogos e ganzás. Conhece um. Abraça o outro. Começa um côco porque onde tem batuqueiro tem pisada. Instrumentos nos ombros. Começa o baque. Tem Estrela, tem Igarassu, tem Leão Coroado... tem saudade, amor, acolhimento. Quando dei por mim estava eu lá.. batucando entre as pedras das ruas de Paraty, com pessoas até então completamente desconhecidas... como se estivesse em casa. Quando meus olhos trombavam com os deles era como se eu visse Carolina, Maurício, Iara, Cris, Camila, Nath, Jé, Raíssa, Zeca... é como se eu vestisse amarelo e estivesse entre velhos amigos. Chorei por boa parte do caminho. Maracatu prá mim é casa. É encontro comigo mesma. É pulsão de vida e sopro de carinho nessa alma um pouquinho machucada. É ele meu terapeuta mais eficaz... é estravio prá dor e alegria... É casa. E foi assim que eu me senti naquelas horas de batucada. Em casa. E o rumo de casa não precisa de mapa.. nem mensagem no instagram. Caminho de casa a gente acha com o coração... quando vê tá lá. E foi. Agradeço ao João pela recepção e acolhimento. Bem vindo ao coração Maracatu Tira o Mofo... mais uns dias e tô de volta prá engrossar esse caldo bonito e gostoso de vadiagem pelas ruas dessa Paraty-cidade-amor. Que é pro povo não mangá! Axé!!!

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