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Mostrando postagens de 2019

Quem souber...

Na falta do Facebook, aqui virou o espaço de compartilhar bobagens e transbordar um pouco. Os últimos meses foram um turbilhão, mas aos poucos tenho voltado a respirar e encontrado de novo meus caminhos. Esses dias foram bem difíceis, mas sobrevivi, como sempre. Tenho então me forçado a cuidar de mim com o maior afinco possível e me amar com a mesma intensidade que amo ela. Nesse processo de autocura, ouvir a Flávia Wenceslau tem sido terapêutico. Hoje encontrei essa música aqui. Chama Quem Souber. Não vou colocar o link não. O importante é essa letra que é tipo band-aid pra coração machucado. Queria compartilhar. Com ela. Com o mundo todo também. Não consegui guardar só pra mim. Resolvi então compartilhar aqui. Sempre acho que ninguém mais lê blog hoje em dia, quanto mais esse que só tem dor de cotovelo. Mas se alguém passar por aqui e precisar de um afago.. ouve essa música da Flávia Wenceslau que melhora!! "Quando tudo o que você tiver For um coração cansado e só Quando a ...

Do que ainda vive em mim

No abraço demorado tem sempre um pouco mais que só carinho. Uma saudade que já virou rotina. Um amor que não sei dimensionar. Uma vontade de morar ali naqueles pequenos momentos de afago. Eu queria morar ali. Queria ficar ali até sucumbir o mundo e a Terra voltar a ser só pó de estrela. Às vezes eu queria saber se você ainda sente. Qualquer coisa. Saudade, encanto, vontade. Qualquer coisa. Mas só às vezes. Na maioria queria mesmo era que você já tivesse esquecido e não restasse nem vestígio do que fomos. Porque em mim tem. No corpo todo. Tem nesses braços que te abraçam demorado pra aproveitar esses tão breves momentos juntas. Tem você em cada póro e dói todos os dias. Todos os dias dói um pouquinho menos. Mas dói. Não sofro mais. Não espero mais. Não alimento. Mas tá ali. Tipo ocupação que não apresenta o menor sinal de ação de despejo. Como se meu corpo, meu coração, fosse um lugar calmo e confortável onde tua alma veio passear e ficou, se acomodou na minha, te abandonou e você nem ...

Ressaca

Peguei um barco e segui. Onda. Onda. Onda. Finalmente, calmaria. Me lancei em alto mar. Não dava pé. Quase me afoguei. Ainda me pergunto como um mar que parecia tão límpido num azul infinito, podia ter águas tão turvas quando visto de perto. Segui no mergulho. Hora ou outra feixes de luz iluminavam o azul oceânico. Dali de dentro eu conseguia ver peixinhos dourados, estrelas-do-mar e cavalos marinhos. Repetia a frase que há tempos carregava comigo: "mar calmo nunca fez bom marinheiro". Subi prá respirar. Não havia mais barco. Apenas meu corpo magro, miúdo, despido de qualquer armadura. Não havia escafandro. Quando dei por mim eu já era o próprio mar e minha pele branca se fundia no vai e vem das espumas. Não havia porto, cais, nem ao menos farol ao longe onde eu pudesse avistar socorro. Era eu e o mar, ainda que não mais pudesse distinguir qual de nós era sangue ou sal. Tentei braçadas e nados borboletas. Desisti. Não havia mais o que fazer. Meu corpo entregue ao mar. Fundido...

Dia 8

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Dia 8 passou e eu só consegui escrever agora, 20 dias depois. Há 3 anos eu celebro o dia 8/01 como meu ano novo pessoal. Nesse mesmo dia, em 2016 eu saí de casa prá me encontrar. Eufemismo. Eu saí de casa prá me salvar. A verdade é essa. Eu já tinha saído de casa antes. Várias vezes porque eu tô sempre indo embora. Mas no dia 8 de janeiro de 2016 eu fui embora e nunca mais voltei. Nunca mais voltei pro lugar de onde saí. E isso não tem nada a ver com geografia. Existem duas Julianas bem definidas na minha vida. Uma antes do dia 8 e outra depois. Eu parti prá me curar. Pra me curar de mim. Prá sair de um casulo que me envolveu durante os 27 anos anteriores. No dia 8 de janeiro de 2016 eu morri. E nasci de novo prá um vôo sem volta. E foi um processo lento, dolorido, sofrido na maioria das vezes. Um processo que não acabou ainda, é óbvio, mas que ganha forças cada vez que a roda gira.